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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A SÍNDROME DE BURNOUT


Rita de Cássia Correia Matos do Carmo



Para se entender a Síndrome de Burnout é necessário entender um pouco do mal do século: o estresse.

O estresse é resultado de uma relação da pessoa com o meio em que ela vive ou trabalha. Toda vez que o organismo percebe uma ameaça de perigo, ele experimenta o estresse, este “estado de alerta”, de desequilíbrio e prepara-se para fugir ou agir.

Esta reação acontece desde o tempo em que o homem habitava as cavernas e seus perigos cotidianos eram os ataques de animais selvagens. Uma vez defrontado com um tigre, o homem das cavernas passava por diversos processos químicos, preparando-se para lutar ou fugir. Estes processos químicos geravam o estresse da época.

Atualmente, alguns indivíduos vivem como estivessem vinte e quatro horas à frente de um tigre.

O tigre selvagem de ontem, deu lugar à competição, as reuniões, a burocracia, além de inúmeros fatores que abalam a vida dos seres humanos como o risco de um assalto, os medos... O homem da atualidade frente a um estressor pode sentir os mesmos sintomas do homem das cavernas e pode agir ou fugir da situação.

Alguns destes sintomas são fáceis de perceber como as mãos suadas, respiração rápida, “batedeira” do coração, acidez do estômago, falta de apetite ou dor de cabeça, outros, comuns, porém mais sutis são os desinteresses por qualquer atividade, fazendo com que o relacionamento do indivíduo com o grupo se torne difícil, resultando no desligamento emocional deste com o coletivo e a sensação de estar doente, sem que haja doença física.

Este processo de estresse pode ser dividido em três fases:

- a primeira fase é a fase do alarme ou alerta onde a pessoa se depara com alguns “tigres” da vida, apresenta curta duração e rápida recuperação do equilíbrio do organismo. Nesta fase, o estresse pode ser positivo pois conduz o ser humano a agir;

- a segunda fase é a fase da resistência onde à pessoa passa mais tempo em alerta do que relaxada procurando adaptar-se à situação, apresenta longa duração ou intensidade demasiada;

- a terceira fase é a fase da exaustão onde a pessoa já utilizou toda a energia na etapa anterior ou vários estressores ocorreram ao mesmo tempo.

Sempre que necessitamos de ânimo e vigor para assumir uma postura de alerta ou para melhorar a adaptação, a produtividade, a motivação e a criatividade humana, iremos usar uma certa dose de energia. Porém, esta energia é limitada, necessitando de períodos de repouso e recuperação do organismo.

O Burnout é considerado o nível mais avançado do estresse. Vem após a fase de exaustão e é resultado da má adaptação do indivíduo a um trabalho prolongado, altamente estressante e com caga tensional, acompanhada de um sentimento de frustração em relação a si e ao trabalho.

Burt out significa algo como “queima” ou “perda de energia”. Nesta etapa o corpo já não consegue reagir a nada. O indivíduo perde o ânimo, baixa a auto-estima e atividades simples do cotidiano exige esforço enorme. As pessoas se tornam distantes ou agressivas com os colegas, podem apresentar fadiga, ansiedade e depressão.

Qualquer pessoa pode chegar a um estado de estresse crônico e assim, ao Burnout, ao longo da vida. Porém os profissionais que cuidam de outras pessoas estão no grupo de risco como: professores, médicos, enfermeiros, carcereiros, assistentes sociais, bombeiros...e os atendentes de telemarketing. Também existem alguns perfis mais sujeitos ao estresse como as pessoas competitivas, esforçadas, impacientes, com dificuldade de tolerar frustrações e necessidade de ter o máximo de controle sobre sua carreira, os perfeccionistas, os pessimistas e as personalidades mais passivas.

Para evitarmos a síndrome é necessário o controle de fatores internos e também, externos que desencadeiam o estresse. Momentos de reflexões sobre as mudanças que ocorrem ao redor dos indivíduos e planejamentos mais realistas podem ajudar a driblar o estresse.

É interessante observar que quando uma pessoa diz: “Estou estressada” ou “Estou com pressa” outras pessoas ao redor manifestam a mesma idéia, por isso alguns pesquisadores defendem a idéia de que o estresse seja “contagioso”, pois parece que todos precisam estar sempre correndo, acelerados. Se a pessoa não acompanha o ritmo frenético da sociedade sente-se isolada e parece não servir para o mercado de trabalho atual, porque nossa sociedade gratifica quem está ocupado o tempo todo e transmite a idéia que quem corre mais é melhor.

Por isso, é necessário pensar nas conseqüências do estresse e da Síndrome de Burnout em longo prazo para a qualidade de vida das futuras gerações.


Rita de Cássia Correia Matos do Carmo
Formação Acadêmica:
Graduada em Pedagogia e pós graduada em Direito Escolar e Supervisão Escolar, cujo Trabalho  de Conclusão de Curso foi
" Resgatando a Qualidade de Vida dos Educadores".



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