Mãezinha querida:
Eu sei que você me recebeu com a alma em festa, vestida de sonhos e esperanças.
Em momento algum lhe passou pela mente que o fato de eu não lhe pertencer à carne, pudesse alterar
o nosso infinito amor.
Eu venho de regiões ignotas e dos tempos imemoriais do seu passado, no qual estabelecemos estes vínculos
de afeto imorredouro...
Foi necessário que nós ambos nos precisássemos, na área da ternura, impedidos, porém, de nascer um da carne do outro, por motivos que nos escapam, a fim de que outra mulher me concebesse, entregando-me a você.
Ela não se deu conta da grandeza da maternidade; não obstante, sou-lhe reconhecido, pois que sem a sua contribuição, eu não teria recebido este carinho de mãe espiritual saudosa, nem fluiria da sua convivência luminosa, graças à qual eu me enterneço e sou feliz.
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